segunda-feira, 6 de março de 2017

Espalhe AMOR POR ONDE VOCÊ for.

Este é o tema escolhido pela Escola Municipal de Educação Infantil Bortolo Bigarella para ser trabalhado durante o ano que se passa. 



 Amar Não É Aceitar Tudo, É Ser Capaz De Dizer "Não" Ao Que Tem Que Ser Recusado .

Sou forte quando consigo ter uma conduta consciente, em que o que faço porque decido o que fazer. Não porque as outras pessoas também o estão fazendo.

Aceita-se hoje, com a maior facilidade, o que chamo de ética da convivência. "Bom é tudo aquilo que me favorece. O que não me favorece considero ruim". Nessa hora, costumo lembrar  um alerta valioso feito pelo Corpo de Bombeiros: nenhum incêndio começa grande, e sim com uma faísca, uma fagulha, um disparo. Isso se aplica ao campo da ética. O apodrecimento dos valores éticos positivos se inicia também com pequenos delitos, infrações, aceitações, conivências.

A expressão 'o amor aceita tudo' é absolutamente antiética e antipedagógica. A pessoas que seja capaz de amar é aquela que recusa aquilo que faz mal, por isso um pai e uma mãe não pode jamais dizer ao filho 'é porque eu te amo, então tudo aceito'. É exatamente o inverso: porque eu te amo é que eu não quero que você use drogas ilegais; é porque eu te amo que eu quero que você seja decente; é porque te amo que eu não quero que você banalize a sua sexualidade livre e bonita; é porque eu te amo que eu quero que você tenha esforço na sua produção e é porque você me ama que eu quero que você, meu filho, minha filha, me adverte, também me apoia, também me corrija naquilo que eu estiver equivocado. Essa relação de cuidado mútuo, só nos faz crescer.   Por isso esse exemplo do cotidiano tem que aparecer como sendo a recusa com qualquer situação. A ética do amor não é a ética da conveniência em que as coisas valem a partir de qualquer momento, mas uma ética que  é capaz, também de dizer 'não' ao que tem que ser recusado. 

Texto adaptado do livro Educação, convivência e ética: audácia e esperança, Mario Sérgio Cortella. Cortez Editora, 2015, páginas 76/77.

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